Parabéns a todos os participantes do Haka Expedition 150 km!
Primeiro evento de grande porte realizado em São Luiz do Paraitinga após as violentas enchentes ocorridas no início do ano, a corrida de aventura Haka Expedition 150 km (que teve como modalidades trekking, bike, canoagem e orientação) movimentou a economia da cidade e, mais que isso, trouxe uma auto-estima para o município.
A prova levou para a região cerca de 400 pessoas, entre atletas, equipes de apoio e familiares.
“Tivemos de adiar o carnaval de rua, o evento mais importante do ano em conseqüência das inundações. Agora, com a realização do Haka Expedition, a cidade voltou a ter vida”, declarou o secretário de turismo de São Luiz do Paraitinga, Eduardo Coelho (Dudu). Segundo ele, a cidade registrou, no final de semana da prova, uma ocupação de 60% das vagas – conseqüência, também, de eventos promovidos para a celebração da Páscoa e da Paixão de Cristo como parte do feriado religioso.
“O balanço é altamente positivo. Conseguimos fazer um excelente trabalho de ajuda à cidade, movimentando sua economia e trazendo ânimo para a população. Desde o início imaginamos que seria importante ajudar a cidade”, explica Leonardo Barbosa (prof. Léo), organizador do Haka Expedition. “E todos os envolvidos na prova assumiram esse espírito de apoio”.
Morador de Paraitinga, o instrutor de rafting Hélio Alexandre Sousa era um dos mais empolgados com a realização da corrida no momento da largada. Na sexta-feira, 02 de abril, pouco antes da chegada das primeiras equipes na cidade, ele dava os últimos retoques na pintura do restaurante Sol Nascente, destruído pela enchente e restaurado a tempo de receber as equipes. “Foi emocionante. Estávamos terminando a pintura quando o jantar, o primeiro servido no restaurante depois da enchente, ficou pronto. O Haka Expedition foi a primeira prova a apostar na cidade, que ganhou mais cor neste final de semana”. A redução do turismo em consequencia das inundações afetou o trabalho dos instrutores, na medida em que diminuiu a procura por esportes de aventura. A renda mensal de Sousa, que no ano passado chegava a R$ 600 mensais, caiu para R$ 150. Otimista, ele torce para que a cidade volte a receber turistas.
Moradora da cidade e competidora de aventura, a atleta Fabiana Ferreira, 35 anos, da equipe Paraitinga 2, ficou emocionada com o trabalho. No início do ano, ela viu sua casa praticamente debaixo da água. “A população ficou abalada”, conta. “A corrida ajuda a elevar a moral do município”.
Além do retorno econômico provocado pela chegada dos times, a organização do Haka Expedition e os atletas realizaram uma série de ações para ajudar diretamente a cidade. O organizador da prova, Leonardo Barbosa (prof. Léo), entregou, antes da largada, um cheque simbólico de R$ 2 mil, arrecadados com o dinheiro das inscrições. Além disso, cada atleta doou R$ 50.
Preocupadas com a situação dos moradores, três equipes participantes, a Kawabanga, a E-Lama e a Selva, doaram cerca de 450 ovos de páscoa para as crianças de Paraitinga. “Tão importante quanto a competição foi o apoio ao município”, avalia Bruno Quinsan, capitão da Kawabanga. “Treinamos juntos com a Kawabanga e nos provocamos em tom de brincadeira. Mas mais importante é ajudar a cidade”, afirma Diogo Reheder, da E-Lama.
A previsão da prefeitura de São Luiz é de que, nos próximos dois anos, cerca de 80% da cidade esteja reconstruída. O restante será trabalho de restauração mais detalhado e não há previsão de conclusão.